quarta-feira, 26 de agosto de 2009

UM GATO VERDE

UM GATO VERDE

O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde

E a mãe
E a lua
E a torre
E o piano

Tudo estava em Ulisses

(talvez um dia eu leia Joyce)

O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde

E a torre
E o piano
E a lua
E a mãe

Tudo estava em Ulisses

(talvez um dia eu leia Joyce)

O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde
O ma...r´um gato verde...

(canção de Mário Montaut)

sábado, 22 de agosto de 2009

CAOS

Ave Luz
Menino mundo
Brilha fundo brilha lindo
Ô ô ô...

Turbilhão
No chão do vale
Vento novo armando um eco
Ô ô ô...

Coração
Batendo lento
Minha vida no começo
Ô ô ô...

(canção de Mário Montaut, 1981, a ser gravada na próxima segunda-feira, 24 de agosto de 2009, no estúdio do Roberto Gava)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

BEATLES EM VULCÂNIA

“Beatles em Vulcânia”
(para Júlio Verne);

é música de Mário Montaut
traduzindo o barroco de sua alma
em nitidez lindamente caótica;

e acessível
mesmo aos bossanovistas;
aos fãs do Radio Head;
aos devotos de Niemeyer;
a quem
a estrela de Hendrix
não raia na manjedoura.

(Sendo gravada no estúdio de Roberto Gava,
com participação do próprio na guitarra e sopros).

Outra onda pelo Náutilus
sonhando na praia brava.

(M.M.)

McCARTNEY D´YESTERDAY

No princípio era McCartney D´Yesterday com suas primeiras notinhas já nos levando ao paraíso musical que nenhum estruturólogo de hoje saberia burrificar em tese. Canta Paul, a tal nostalgia do sempre.

(M.M.)

FLOR IDEAL

A Flor Ideal não é para ser consumida em pétalas;
em coroas;
pingos d´água.
A Flor Ideal não é tenra;
nem vermelha;
tampouco beija o chão umedecido.
A Flor Ideal não se libera em jaulas;
hipocampos silenciosos;
embevecidos marfins d´alma.
A Flor Ideal não se emoldura ao vento livre;
não se precipita em abismos;
não se despetala ao sol.
A Flor Ideal cintila em idílio próprio;
generosa a teu olho;
e a teu ser de aflitas mãos.
A Flor Ideal guarda a medida;
para o palpite último
de tua vã comédia.

(M.M.)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

INCONCEBÍVEIS PARA FÃS

No saguão onírico bem antes dos festivais Paul McCartney e Tom Jobim sentaram ao piano e ali ouvi a Garota de Ipanema e Eleanor Rigby em tempo inconcebíveis para fãs.

(M.M.)

DANDO CIO AO RABO DA SEREIA

Nos labirintos da razão a explicar a vida, ergui monumentos pensamentais cheios de sentido; ôcos de verdade. Contemplei-os longa e ferozmente, infinita e mansamente; lágrimas e sóis no olhar. Insensato racionalista apaziguador de ânimos! Não ao término que inexiste, mas ao cabo de boas colheitas, eis que chego a René Gilberto De João Magritte Caymmi, Dalí e Zeca Pagodinho: deixo a vida me levar; sem mais guerra entre pensamentos tornados visíveis, audíveis, tangíveis, e que não hão de acalmar o inexplicável, enquanto meras testemunhas de nossa fragmentária jornada; dando cio ao rabo da sereia.

(M.M.)

domingo, 2 de agosto de 2009

PEQUENO COSMO

Soltavas tua voz infante pelos vinhedos arrepiados de Apolo. Ajoelhavas tua ingenuidade despudorada na língua mais sedenta do sol. Descalça, nas protuberâncias venusianas, descascavas fatias de brisa lânguida. Respiravas Espanha, e em tua garganta d´alva o blues das galáxias conspiratórias. Assim ias, levada da breca, e que inferno não abririas por teu gigolô cristão. Um falo atávico te olhava de flerte em cada reentrância do caminho, e não te encabulava o nosso rodopio pelo umbiguinho da lua nova. De que não me lembrarias? Mas lúcida e discreta, coíbes o infinito de nossa volta, e limitas o cosmo a simples rosa.

(M.M.)

sábado, 1 de agosto de 2009

INOCENTE

O anjo de Rilke já tem nostalgia do milho e da pedra; ele ainda se lembra dos tempos de porco, e ao suíno consagra pura devoção. O homem do templo sonha um planetário, e se arrepia orando ao céu; apenas olvida a estrela que é. Talvez essa águia seja bem mais sábia levando nas asas pesinhos da terra. A luz transcendente é a condição, da mosca e da rosa; nas horas franciscas. Provei a imanência mais justa, mais plena, e tinha um gostinho inocente de Deus.

(M.M.)