“A única paixão de minha vida foi o medo”. Com esta frase de Hobbes, Roland Barthes nos abre “O Prazer Do Texto”.
A presença do medo n´“A Persistência Da Memória” fez os relógios de Salvador Dalí brocharem.
Em ereção e gozo os Beatles cantaram o medo numa montanha russa: “Helter Skelter”.
E com o mesmo nome da tela de Dalí batizei a versão que fiz para essa música de Lennon e McCartney.
Nunca é demais lembrar quem tão bem esquece a memória da síndrome do pânico.
(Mário Montaut)
sábado, 19 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Edu, Chico e Cabral
Edu Lobo, compositor genial e discípulo de João Cabral de Melo Neto, assim como Chico Buarque, jamais entendeu Uma Faca Só Lâmina, eterna homenagem aos Stones.
(Mário Montaut)
(Mário Montaut)
Keith Richards e os lobos
Lobinho continua a uivar. Mas a questão é que rock não é só atitude e uivo. É estrutura também. E longe dos crassos estruturalistas da ingênua crítica sigo com as visceralidades perfeitas de Keith Richards, esse faca só lâmina que faz picadinhos de Edu.
(Mário Montaut)
(Mário Montaut)
quinta-feira, 10 de março de 2011
Mãos
O marquês de Sade voltou ao interior do vulcão em erupção
De onde veio
As belas mãos ainda rendadas
Os olhos de menina
E essa razão à flor de salve-se quem puder
Tão dele
Mas do salão fosforescente alumiado a vísceras
Jamais deixou de lançar as ordens misteriosas
Que abrem brechas na noite moral
Fendas por onde vejo
As grandes sombras estilhaçadas a velha crosta minada
Dissolver-se
Para que possa amar-te
Como o primeiro homem amou a primeira mulher
Em liberdade plena
A liberdade
Pela qual o próprio fogo se fez homem
E o marquês de Sade desafiou os séculos das suas
Grandes árvores abstratas
De acrobatas trágicos
Apanhados na teia do desejo
(André Breton)
Esta pequena delicadeza de Breton evidencia o seu amor pelas mãos de Sade, e me faz lembrar da paixão de Lennon pelas mãos de Jean Cocteau e Yoko se dizendo cansada de ver aquelas mãos aristocráticas em sua família oriental, e que ela preferia mesmo as mãos de John, “mãos operárias que sabiam me pegar tão bem”. Em Buenos Aires um poeta cego dizia ser mais um dos hábitos do tempo o fascínio pelas mãos.
(M.M.)
De onde veio
As belas mãos ainda rendadas
Os olhos de menina
E essa razão à flor de salve-se quem puder
Tão dele
Mas do salão fosforescente alumiado a vísceras
Jamais deixou de lançar as ordens misteriosas
Que abrem brechas na noite moral
Fendas por onde vejo
As grandes sombras estilhaçadas a velha crosta minada
Dissolver-se
Para que possa amar-te
Como o primeiro homem amou a primeira mulher
Em liberdade plena
A liberdade
Pela qual o próprio fogo se fez homem
E o marquês de Sade desafiou os séculos das suas
Grandes árvores abstratas
De acrobatas trágicos
Apanhados na teia do desejo
(André Breton)
Esta pequena delicadeza de Breton evidencia o seu amor pelas mãos de Sade, e me faz lembrar da paixão de Lennon pelas mãos de Jean Cocteau e Yoko se dizendo cansada de ver aquelas mãos aristocráticas em sua família oriental, e que ela preferia mesmo as mãos de John, “mãos operárias que sabiam me pegar tão bem”. Em Buenos Aires um poeta cego dizia ser mais um dos hábitos do tempo o fascínio pelas mãos.
(M.M.)
terça-feira, 8 de março de 2011
Clube da Esquina...
Falar sobre o Clube da Esquina? Verdade que Minas é um reino à parte, que certas graças da música popular brasileira trouxeram seus contrapesos inevitáveis, e que a América Latina andava louca por decretos. Clube da Esquina... Verdade que imagens do cinema e da literatura choviam naquelas canções, que os acordes simples do rock inglês e as melodias circulares celtas casaram perfeitamente nos ares medievais da tradição mineira, e que os cantos de Lumiar eram bênçãos onde ninguém mais suportava o samba contra a guitarra contra o barquinho. Clube da Esquina? Verdade que Milton Nascimento é indizível, que algumas músicas dos Beatles ainda são experiências religiosas possíveis, e que em Belo Horizonte um sabiá atravessa penny lane sem sustos. Agora, se tudo isso não for bem verdade, que estejam reforçados o mistério e o convite para ouvi-lo na voz de Ana Lee.
(Mário Montaut e Itamar Vidal)
(Mário Montaut e Itamar Vidal)
domingo, 6 de março de 2011
Perfídia
Em pontos distintos do salão quase recente dava para se ver o venerando Borges, e bem atrás, numa distância calculada entre luzes e máscaras, André Breton. Dançavam Perfídia com claríssimas debutantes negras. “Mujer, si puedes tu con Dios hablar”. Disso foram testemunhas meu jovem pai e outras desfalecidas damas. Nem tão iluminadas. Perto delas ninguém morre. Helter Skelter! Depois te conto o resto...
(M.M.)
(M.M.)
terça-feira, 1 de março de 2011
Íntimas Cidadanias
Cidade perdida
Jogue as cascas pra lá
Só eu e você
E o amor louco
Cidade proibida
Fácil vem, fácil vai
Só eu e você
E o amor louco
(Amor Louco- Fellini)
Com Fellini, Cadão Volpato, Adoniran Barbosa e Thomas Pappon continuo a exercer algumas íntimas cidadanias.
(M.M.)
Jogue as cascas pra lá
Só eu e você
E o amor louco
Cidade proibida
Fácil vem, fácil vai
Só eu e você
E o amor louco
(Amor Louco- Fellini)
Com Fellini, Cadão Volpato, Adoniran Barbosa e Thomas Pappon continuo a exercer algumas íntimas cidadanias.
(M.M.)
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