sábado, 1 de agosto de 2009

INOCENTE

O anjo de Rilke já tem nostalgia do milho e da pedra; ele ainda se lembra dos tempos de porco, e ao suíno consagra pura devoção. O homem do templo sonha um planetário, e se arrepia orando ao céu; apenas olvida a estrela que é. Talvez essa águia seja bem mais sábia levando nas asas pesinhos da terra. A luz transcendente é a condição, da mosca e da rosa; nas horas franciscas. Provei a imanência mais justa, mais plena, e tinha um gostinho inocente de Deus.

(M.M.)