domingo, 2 de agosto de 2009

PEQUENO COSMO

Soltavas tua voz infante pelos vinhedos arrepiados de Apolo. Ajoelhavas tua ingenuidade despudorada na língua mais sedenta do sol. Descalça, nas protuberâncias venusianas, descascavas fatias de brisa lânguida. Respiravas Espanha, e em tua garganta d´alva o blues das galáxias conspiratórias. Assim ias, levada da breca, e que inferno não abririas por teu gigolô cristão. Um falo atávico te olhava de flerte em cada reentrância do caminho, e não te encabulava o nosso rodopio pelo umbiguinho da lua nova. De que não me lembrarias? Mas lúcida e discreta, coíbes o infinito de nossa volta, e limitas o cosmo a simples rosa.

(M.M.)