Soltavas tua voz infante pelos vinhedos arrepiados de Apolo. Ajoelhavas tua ingenuidade despudorada na língua mais sedenta do sol. Descalça, nas protuberâncias venusianas, descascavas fatias de brisa lânguida. Respiravas Espanha, e em tua garganta d´alva o blues das galáxias conspiratórias. Assim ias, levada da breca, e que inferno não abririas por teu gigolô cristão. Um falo atávico te olhava de flerte em cada reentrância do caminho, e não te encabulava o nosso rodopio pelo umbiguinho da lua nova. De que não me lembrarias? Mas lúcida e discreta, coíbes o infinito de nossa volta, e limitas o cosmo a simples rosa.
(M.M.)