segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Nina

Chico poderia mesmo ir a Moscou. E quem sabe não foi? Mas após ter lúcida e alucinadamente descoberto essa mais fecunda, acolhedora criatura, ele quer é usufruir de sua real presença. Exagera tristezas. Falta muito ainda para defini-la. De início eu apenas ia seguindo a trama daquela melodia, daqueles olhos, daquele piano, daquela pele, daquela letra, daquela Rússia... E eis que num rompante Nina para mim se revela tão mais que em cores de olho ou tez, canção, paisagens de google earth. Hoje a ouvi-la meu ciúme é bem menor. Nesse disco Chico canta para Aurora, Glorinha, Aurélia, e outras. Não me iludo. Na presença de Nina sinto que só ela é real.

(Mário Montaut)