segunda-feira, 25 de maio de 2009

IMORTALIDADE DO MUNDO

Demônios comestíveis nas estelares ondas do raio;
e as límpidas estrelas pingando gotas de choque
nos vitrais batendo correntes.
Elos virgens da folha à mata,
da onça à flor,
da seiva à boquinha da taturana
percorrendo um anjo estampado no mármore da gruta;
cavernas renascentistas e Leonardos caçadores;
com Giocondas embutidas em cada célula triste;
que às vezes gargalham telas de outras músicas;
impronunciáveis pelos instrumentos pintados nas cores sem moldura;
e artefatos dos demônios solares surfando em raios na onda noturna de rútilos brindáveis.
É toda uma cosmogonia íntima de coisas e seres tramados na infinita partilha de nossa fé pela imortalidade do mundo.

(Mário Montaut)