quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Experiências Significantes

“Comunicar-se com Marte, conversar com espíritos,
Historiar a conduta do monstro marinho,
Traçar o horóscopo, aruspicar ou bisbilhotar o astral,
Observar anomalias grafológicas, evocar
Biografias pelas linhas da mão
Ou tragédias pelos dedos, lançar presságios
Através de sortilégios, ou folhas de chá, adivinhar o inevitável
Com cartas de baralho, embaralhar pentagramas
Ou ácidos barbitúricos, ou dissecar
A trôpega imagem dos terrores pré-conscientes
- Sondar o fundo, a tumba, ou os sonhos: tais coisas são apenas
Passatempos e drogas usuais, ou manchetes de imprensa:
E sempre os serão, sobretudo alguns deles,
Quando há nações em perigo e perplexidade
Seja nas costas da Ásia, seja na Edgware Road.”

Mas me parece, Eliot, que a palavra é mais que infinito sentido na Misteriosa Ordem da Beleza.
Em “A Voz do Silêncio” Blavatsty também nos adverte com escritos védicos: “Se queres atravessar seguro a primeira Sala, não tomes os fogos da luxúria que ali ardem pela luz do Sol da vida...Se queres atravessar seguro a segunda Sala, não te detenhas a aspirar o aroma de suas narcóticas flores...Os sábios não se detêm nas regiões deleitosas dos sentidos...Os sábios não dão ouvidos às melífluas vozes da ilusão.”
E exatamente nesses versos as palavras se nos abrem a experiências que transcendem toda a sabedoria das advertências.

(Mário Montaut)