sexta-feira, 17 de abril de 2009

VAI PASSAR

VAI PASSAR
(Chico Buarque e Francis Hime)

...........................................................................
...........................................................................
Dormia a nossa pátria mãe tão distraídasem perceber que era subtraídaEm tenebrosas transaçõesSeus filhos erravam cegos pelo continente,levavam pedras feito penitentesErguendo estranhas catedraisE um dia, afinal, tinham o direito a uma alegria fugazUma ofegante epidemia que se chamava carnaval,o carnaval, o carnavalVai passar...

Chico, mas que fome de Prometeu, e que terrível Jocasta Adormecida, sonhando sóis e luas, a colidirem, a eclipsarem, na cegueira de tantos Édipos errantes da Brasília grega e mascarada de mil carnavais; e que perfídias, que onírico apedrejamento nas tão poucas linhas de sua Grécia Brasilis, onde já sambo e ofego desde o Natal.

(Mário Montaut)